Reportagem do jornal O Globo publicada no dia 12 de março, com dados obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI), informa que o Brasil conquistou um novo recorde: o de decretação de situação de emergência e de estado de calamidade pública em uma década. No mesmo período, o Rio Grande do Sul mostrou suas façanhas com a primeira colocação entre os estados brasileiros com mais eventos extremos: 2.758, à frente da Bahia, que ficou em segundo lugar com 2.381 casos. Segundo a reportagem, que ouviu a opinião da Agapan, esses estados foram os que mais recorreram aos decretos (emergência e calamidade pública).
Na nossa conversa com o repórter Luiz Felipe Azevedo, do O Globo, explicamos que não nos surpreende o RS estar nessas condições, diante do desmonte das leis ambientais que protegem a natureza e, consequentemente, as pessoas que vivem em situações de maior vulnerabilidade climática, como as populações ribeirinhas e de cidades próximas a grandes corpos d'água.
Exemplo concreto desse desmonte da legislação foi estampado na página 3 da edição do mesmo dia do Correio do Povo, com chamada de capa: Assembleia avança em debate para 'flexibilizar' código ambiental. As aspas em "flexibilizar" são nossas, e alertamos que significa, de fato, fragilizar mais uma vez. A matéria alerta para os projetos de lei 151/23 e 240/23, de autoria, respectivamente, de parlamentares dos partidos Republicanos e PP. Tem sido assim no RS há muitas décadas, com partidos influentes e empoderados com o dinheiro do agronegócio - 'parceiros' da grande mídia - destruindo as leis ambientais protetivas e legislando em causa própria, visto que muitos desses parlamentares são grandes produtores rurais ou têm relações muito próximas e vantajosas com tais.
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