Por Heverton Lacerda, presidente da Agapan*
Há várias décadas, a ciência, fonte de informações do movimento ambientalista organizado, divulga dados e produz amplos e profundos estudos sobre as mudanças climáticas.
Os ambientalistas, sensíveis e atentos ao que acontece no mundo, alertam, há mais de meio século, que a destruição do ambiente natural e o aumento da temperatura média do clima da Terra – fatores diretamente relacionados – provocam alterações no equilíbrio do sistema terrestre e tornam os eventos climáticos naturais mais fortes e mais presentes. O ano de 2023 foi o mais quente dos últimos anos e a temperatura média global tem aumentado nas últimas décadas.
Os recentes acontecimentos climáticos aqui no Rio Grande do Sul e em várias partes do mundo dão mais pistas do que pode vir logo adiante. Alguém ainda consegue acreditar nos negacionistas climáticos, fanfarrões socialmente irresponsáveis?
El Niño e La Niña são fenômenos naturais. Eles estão mais intensos. Isso não é surpresa para quem compreendeu os alertas e acredita na ciência. Junto a isso, temos uma série de modificações na estabilidade média do clima e, em consequência, dos diferentes ecossistemas fundamentais para o nosso complexo equilíbrio, que permite a vida como a conhecemos por aqui. Em especial, destaco que o aquecimento das águas dos oceanos é um fato que pouco aparece, mas que tem um potencial de influência muito grande nesse processo de aquecimento gradual e crescente da temperatura, visto o tamanho do corpo d’água que cobre a maior parte da superfície da Terra e troca temperatura direto com a atmosfera, que estamos aquecendo com nossas emissões poluentes. Sem contar as toneladas de plásticos e produtos tóxicos jogados nos mares.
Se ainda resta esperança para tentar solucionar esse problema mundial, diante do avançado estágio de destruição do planeta, certamente a saída não está em jogadas de marketing político ou empresarial, mas sim em atitudes verdadeiramente eficazes, que exigem uma ruptura parcial com certos hábitos humanos.
Artigo publicado originalmente no jornal Zero Hora do dia 9 de fevereiros de 2024.
Reprodução do jornal
Comments