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O fogo da Amazônia sobre o céu de Porto Alegre

Previsões de especialista indicam uma Primavera predominante quente e seca, com indicativo de estiagem


Anahi Fros*


O céu cinza e o nevoeiro que vêm cobrindo Porto Alegre e diversas cidades no Estado, situação que se intensificou nesta sexta-feira (9/9), é resultado das queimadas na Amazônia.


A informação é confirmada pelo geógrafo Denilson Ribeiro Viana, doutor em Meteorologia pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e mestre em Sensoriamento Remoto pelo INPE. Ele afirma que, desde quinta-feira há uma corrente de jato em baixos níveis de altitude trazendo para a Capital gaúcha ar da Amazônia e do Pantanal. Olhando os modelos nesta tarde, o especialista percebeu uma grande quantidade de aerossol.


O pesquisador ressalta que, até o meio da semana, a corrente estava sobre o Sudeste. E, por hora, se instalou sobre o Sul do Brasil. Mas a péssima notícia não para por aí. Segundo ele, as previsões apontam para uma Primavera predominante quente e seca, com indicativo de estiagem. “Então, é provável que essa condição seja frequente”, adianta.


Denilson desenvolve suas atividades na Divisão de Climatologia Polar e Subtropical, vinculada ao internacionalmente respeitado Centro Polar e Climático (CPC), no Instituto de Geociências (IGEO) no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


Vale lembrar que, somente em oito dias de setembro, o Acre registrou 3.572 focos de queimadas. A quantidade supera em 35,4% número de incêndios em todo o mês de agosto. Desculpas de que as áreas desmatadas terão como fim a agricultura ou pecuária já não fazem mais sentido. Há aí uma sanha por destruição. E um claro viés político-partidário por parte de quem parece ter medo de, em breve, perder o total poder sobre a maior floresta tropical do mundo. Uma floresta que


Há quem ainda não compreenda que queimadas geram um sem fim de consequências ruins, como o aquecimento global, problemas de saúde, perda de biodiversidade, entre outros. Alguém aí se arrisca a imaginar como será nosso Verão? O fato é que todos perdem. E não há futuro que dê conta de refazer tanta destruição.


*Jornalista, ambientalista, sócia da Agapan


Este artigo reflete a opinião do autor, não necessariamente da Agapan.


Associados podem submeter artigos para publicação através do e-mail agapan@agapan.org.br


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